Sempre fui fascinado por documentários sobre a vida animal. Achava os caras muito fodões.
Mergulhavam em rios empestados de crocodilos; com muita dificuldade, escalavam penhascos íngremes pra observar espécies raras de pássaros...
Me senti um estúpido nos últimos dias quando me dei conta da realidade: O verdadeiros fodão é o cameraman.
Imaginem agora o repórter entrando no rio cheio de crocodilos gigantes. A qualquer momento pode ser atacado pelo animal, sendo o seu nado eficiente a única chance de escapar ileso.
Certo, e o sujeito que tá filmando toda a presepada? O cara também tá nadando com crocodilos e a qualquer momento pode levar o bote do animal. A única diferença é que não pode ficar ligado no perigo que o cerca, pois está prestando atenção, exclusivamente, na qualidade da gravação, e carrega no ombro uma câmera de uns 15 quilos.
Esse cara sim tem colhões! Se o bicho der o bote, fudeu. O trabalho tem cheiro de morte.
O cara sobe agonizando uma montanha gélida. Seu sofrimento está estampado no rosto, quase não consegue mais andar com o peso da mochila nas costas, o frio, a falta de oxigênio, etc.
E o cameraman tá com a sua mochilazinha, os apetrechos da câmera, a dita cuja, o clima é o mesmo... Comé que aguenta o rojão?
Se algum cameraman visitar esse blog, contribua explicando tal façanha!